A escolha do seu orientador é um passo muito importante na pesquisa. Nessa postagem, vamos falar de forma bem humorada sobre essa escolha.
No nosso ebook, falamos sobre orientadores/supervisores; uso as palavras com a mesma conotação. Damos algumas dicas de como escolher seu supervisor.
Nesse lançamento, a discussão ganhar um livro inteiro!
Durante minha carreira, encontrei tanto vendo quanto tendo alguns orientadores nessas modalidades. Note que o objetivo não é ser moralista, é somente uma forma bem-humorada de brincar com nossas tendências. Lembre-se, como coloco em outra postagem: Eu, você e nós: como comentários podem ser sistêmicos ou reducionistas.
Comentários e relações andam de mãos dadas, isso se chama gatilho de relação. E como repetidamente coloco no ebook, comentários são essenciais para a carreira acadêmica do jovem pesquisador, como o é a comunicação.
Orientador Bin Laden
Esse aparece com bombas: temos um artigo para amanhã! Você tem que publicar em 1 mês!
Esse estilo também é bem comum, acredito que especialmente no Brasil onde a hierarquia é forte no mundo acadêmico.
Eu gosto muito do trabalho da Tasha Eurich . No seu livro, ela fala de 3 tipos de pessoas, sem autoconhecimento. Talvez esse supervisor ganha em um desses grupos, vale a pena aprender com ela, e tentar alguma estratégia. Ela alerta para o caso perdido, nesse caso, acordar a pessoa seria como acordar um leão.
Orientador mestre dos magos
Essa é a modalidade mais comum, acredito. Isso se deve a forma como o meio acadêmico funciona, o distanciamento do professor e aluno e mais. Tenho um aluno que acompanho que disse ter um desses, acho que "roubou" meu termo de algum texto que escrevi. Esse tipo aparece e desaparece; quando aparece, diz algo vago, e quando menos percebe, desaparece; lembrei, tive um no postdoc. Sempre corri deste tipo, isso pode ser problemático. Mas existe também o nível saudável. Minha regra de dedo é: se não fica no seu caminho, e faz sua parte burocrática, perfeito.
Orientador Madre Teresa de Calcutá
Tive dois orientadores nesta modalidade. Acredito que ser uma pessoa prestativa e simpática é mais importante do que ser importante; como comento no ebook, você deve definir até 3 caracteristica para um supervisor ideal, e ter isso em mente, sempre. Para mim as qualidade me levaram em geral a esse tipo de supervisor, bem raro no mundo acadêmico, onde é "cachorro comento cachorro".
Orientador Rolling Stones
um amigo tinha uma orientadora assim. Segundo ele, ele arrumava "homens" para ela. Acho meio perigoso essa relação.
Como comento no nosso ebook:
não escolha seu supervisor baseado em ser “bom de copo” e “te acompanhar nas baladas”, você precisa de um orientador, não amigo
Orientador Einstein
Uma amiga tinha um desses, e reclamava o tempo todo: o cara ficava somente viajando; realmente, era um dos magos da sua área, muito respeitado; ouvi rumores de um orientador com 100 estudantes de doutorado sobe orientação. Nunca tive um desses, por evitar. Já basta um ego inflado na sala!
Orientador Dr House
Essa modalidade é bem rara, tive um. Seria aquela pessoa respeitada por todos, com boas ideias, mas também odiada por todos; briga com todos, mas sempre acha uma forma de manter as pessoas por perto e colaborar com ele.
O que eu faço?
Uma vez li em um livro de doutorado que supervisores é um dos maiores problemas no doutorado, não acho que seja tanto na IC, mas vale a pena prestar atenção. Minha estratégia sempre foi ter mais de um: tive 4 no doutorado, 2 no mestrado, e 2 na graduação. Isso ajuda a dissipar a incompetência de um único supervisor.
Defendo o fim do supervisor/orientador como figura autoritária, e passar a ser parte da pesquisa, não um gargalho. Defendo o fim de obrigar os estudantes a terem supervisores, isso deferia ser opcional. A pessoa precisa merecer trabalhar conosco, "o cachorro escolhe seu dono", diz o ditado. Talvez isso seja uma das raízes da infantilização do pesquisador acadêmico.
Algumas notas de fechamento
Temos uma tendência de viver no mundo de "nós contra eles": é institivo; ver Eu, você e nós: como comentários podem ser sistêmicos ou reducionistas, eu também estou na lista e me policio o tempo todo, nem sempre tenho sucesso. Não veja a pessoa como ruim, seu supervisor, olhe a relação sem se.
Tenho um caso interessante. Uma vez disse para uma amiga, sobre um professor que gostava e virou meu supervisor: "casaria com ele se fosse mulher!" Não havia nada de muito especial com ele, somente gostava dele, e muito. Então ela decidiu fazer a tese com ele, disastre! Teve um outro caso parecido, um amigo me pediu conselho sobre meu supervisor, disse o que pensava, ele fez a tese com o cara e odiou.
Não existe receita geral, você precisa pensar e estar aberto para errar.
Sondagem online
Mestre dos magos lidera, como já esperava!😂😂
Surpresa: madre teresa, achei que era raro! Dr House também.
Surge novo tipo e sai na frente!
Aparece o mestre Splinter
Nota do autor 20/03/22. Algumas pessoas mostraram dúvidas verbalmente de qual tipo escolher: escolha o mais próximo. Quando pensa no seu supervisor, qual imagem vem? escolhi figuras da nossa infância e recente por um motivo. Pessoas que criam desenhos e filmes sabem ativar esse lado abstrato nosso, em comum. Dr House é uma figura construída, como o é Splinter, o novo que apareceu e adorei.
No caso da Madre Teresa, o seu lado negro a torna humana. Se pensa na Madre Teresa como perfeita, e escolhe esse, seria melhor ir com a manada: perfeito e incrível.
Intercessão, que gera uma zona cinzenta, entre 3 tipos de orientadores.
Perfeito e incrível para mim é votar em branco, seria como se alguém te perguntasse: estou gorda? você respondesse, que nada! Seria como previsão de horóscopo: verbalmente faz sentido, mas na pratica não quer dizer nada!
Importante. Não quero ofender ninguém, é somente uma forma bem-humorada para classificar as tendências mais marcantes dos orientadores.
Importante: relações humanas são complicadas, esse trabalho não é científico no sentido tradicional, apesar de que procurei fazer meu melhor para codificar minha experiência e de outros próximos.
Importante. Outro ponto, classificar as pessoas pode ser errado e mesmo doloroso para quem recebe o rótulo; pessoas são ricas e singulares. Durante meu postdoc, meu supervisor criou um rótulo para pessoas como eu: não vão ao laboratório, ou somente vão de tempos em tempos, "ninja". Isso tinha uma conotação pejorativa. Fui ninja no doutorado, mestrado e graduação, e tive meu doutorado premiado. Cada pessoa trabalha bem de uma forma. Ele afirmava, sem medo de estar errado, que somente os alunos do laboratório eram bons. Curiosamente, um dos melhores dele não ia, e somente ia para agradar ele, como confessou a mim uma vez, me aconselhando de ir de tempos em tempos, e passei a ir, mas não funcionou para mim. Cuidado com o pensamento reducionista.
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