Talvez um dos maiores desafios de qualquer jovem pesquisador seja planejamento de longo prazo; esse é um problema geral, contudo, a instabilidade da vida do mesmo pode ser bem complicado.
Como pensar grande em um sistema desenhado para pensarmos pequeno?
uma vez vi uma bolsa de postdoc de 4 meses: o que se faz em 4 meses? Claro, é melhor do que nada, mas muito provavelmente, caso a pessoa não tenha recursos por conta, passará o tempo preocupado com o próximo passo, ou com medo de a pesquisa ir para o lixo devido a falta de finaciamento. Note que essa discussão de financiamento é global.
O Brasil ainda ganha nesse ponto: as bolsas do PNPD pode durar até 5 anos, algo que não conheço nenhum país com esse modelo. Nesse ponto, ao meu ver, isso é positivo. O problema é que postdoc no Brasil é visto como "esperando por uma vaga de professor", não como uma excelente oportunidade de ser tornar um pesquisador, talvez por que a profissão de pesquisador não exista.
Infelizmente, não tenho a resposta. Seria como responder como ser o próximo Einstein. Ouvir dizer: siga o que os grande seguiram, não faça o que fizeram. Isso posso oferecer!
Algumas dicas:
Escolha um tópico que gosta, e todas as decisões devem servir esse propósito. Isso significa mudar de supervisor e universidade se for necessário. Note que essas mudanças é sempre um processo traumático, sendo assim, escolher bem seu supervisor e instituição. Se for necessário, chute o balde;
Todos os dias, pelo menos algumas vezes por mês, pergunta-se: o que estou fazendo está me levando na direção correta?
Separe o que precisa fazer vs. o que não precisa fazer. Como exemplo, virar um pesquisador sem um doutorado pode ser meio sem sentido; mesmo que seja chato o doutorado, faça! Einstein fez o dele, mesmo claramente tendo dificuldades, sua tese foi quase rejeitada. Hawking também foi quase rejeitado;
Faça valer a pena! pessoas focadas em aprender, segundo muitas pesquisas, superam mais dificuldades. Isso é impossível se faz algo que odeia; pesquisas também mostram que pessoas sobe estresse são mais resmungonas. Resmungona -> cria problemas de relação -> faz inimigos -> sabotagem -> fracasso. "Seja feliz pois nada vale tanto assim" Scarcéus
Dicas de Dorie Clark , autor de The Long Game: How to Be a Long-Term Thinker in a Short-Term World:
Vamos falar de cada um e como isso pode relacionar com a vida do jovem pesquisador!
Espaço branco
"Por que você não aproveita esses 40 minutos para você?" Hagen fala para Michelle Schneider
Existem outras pesquisas apontando em direção similar. Minha regra sempre foi: trabalhe abaixo da sua capacidade. Motivo: sempre surge imprevisto, deixe espaço para ser flexível. Use no máximo 90% da sua capacidade. Os 10% é "espaço para manobra" Dr. Kelso (Scrubs).
Como exemplo, algumas pesquisas mostram que grande parte do nosso processamento é em background, algo que sempre me intrigou; às vezes acordava e tinha resposta do que procurava, uma vez achei uma ideia louca assistindo o Chaves. Existem evidências para isso tanto em exemplo quando em estudos: alguns estudos mostram que focar e ficar disperso são dois níveis da inteligência; esses modos devem ser usados com sabedoria. Deixe seu cérebro "viajar na maionese" depois de "Esgoelar ele". Eu tenho um pensamento. Trato bem meu cérebro, somos parceiros!
“
Me and my brain we are partners, whenever I can, I treat him well, and he gives me good thoughts.
Like the Buddhism story of the blind man that could walk and the unable to walk man that could see,
We work together
Sometimes I treat him badly, putting him in bad and toxic environments, sometimes I am able to protect him
A soccer player protects his legs, a surgeon his hands,
I protect my brain, the root of my thoughts
”
Cabeça alta, cabeça baixa
Uma frase que ouvia com frequência: "cuidado com as pedras pequenas". Isso seria uma versão popular de pensamento de curto prazo. Como Dorie Clark comenta: as dias formas de pensar são importantes! No meu caso, quando decidi fazer faculdade, isso foi um projeto de 2-3 anos. Faltando 2 meses para a prova, tive sérios problemas de família, sérios problemas! Naquele momento, tive de olhar para baixo. Nos pesquisadores estamos sempre no mundo da abstração. Brinco que somos como jogadores de futebol: somos reais no campo, inúteis no mundo real.
O mundo raramente para para nos servi. A maior parte da pessoas vive em um mundo onde se preocupa com o o que se pode morder, nós, com o que se pode calcular: derivadas, relatividades, e mais. Apesar da visão romântica desses versos, tem um fundo de verdade:
A regra sútil dos 20%
Acho interessante essa regra. Não sabia que tinha sido a Google a criar essa regra. Ouvi várias versões. Uma delas, no mundo da programação, fala-se de ficar fazendo coisas em paralelo até seu chefe reclamar; essa seria uma forma de achar coisas novas para fazer, até mesmo mudar de trabalho de forma sútil. Eu aprendi violão com ideia parecida: plasticidade cerebral! Um amigo sempre me falava para ler coisas fora do meu campo, e faço!
A ideia é simples, usada pela Google: separa 20% do seu tempo para sair do seu domínio. Para pesquisador, em especial, de IC, isso deveria ser uma regra sem saída. Não existe criatividade sem conhecer novas formas de pensar.
A fase do engano
Uma coisa interessante que aprendi é que muitas coisas acontecem em background. Einstein ficou anos esperando para finalmente seu trabalho ganhar atenção. A fase do engano seria a fase onde achamos que não estamos fazendo progresso, mas estamos. Como a autora coloca: olhe os sinais mais sútis de progresso.
Repensar falhas
"Vivemos em uma sociedade que quando alguém cai, rimos; as vídeos-cassetadas eram um sucesso!" Manual do Jovem pesquisador
Nessa área também tem bastante discussões. Muitos criticam nosso modelo baseado em acerto, em estabilidade. No livro Outliers, existem algumas discussões explicando porque asiáticos geralmente são melhores em matemática: a cultura deles é baseada em falha. Isso levou o autor a afirmar a passagem abaixo. Grande parte do sucesso em matemática bem da insistência em ter paciência em um teste de entrada.
Quem gostaria de ser?
Adora essa pergunta! Segundo alguns, grande parte dos nossos desejos é externo; para não mencionar pesquisas que mostram que nem nossa opinião é nossa, é correlacionada com a notícia mais recente. Eu vejo isso muito comum em publicações: muitos alunos deixam colocar seus nomes em publicações, mesmo sem ter participado de forma efetiva. Acredito que parte disso é falta de saber o que realmente quer. Por que isso? talvez o efeito de limites duplos (double bind): se sair dos limites do seu grupo, será punido! Isso significa que para se achar, para fazer essa pergunta, terá de desafiar os grandes na sua rede, em nome da sua identidade. Sim, haverá danos. Tudo vale para se encontrar. Eu considero a pesquisa como uma projeção da essência do pesquisador: cada um tem uma. Sua essência poderia mudar o seu ambiente, nem precisa mudar o mundo!
E agora José?
Uma coisa que repito: não tenho a resposta! Terá de tentar. Experimente cada uma das dicas. Acho a primeira a mais importante. Uma vez que conseguiu olhar para dentro, teve espaço para pensar, fica mais fácil executar as outras. Eu mesmo descobri grande parte destas regras sozinho. Achei legal alguém listar isso em um livro, mas essas regras podem ser encontradas sozinhos por qualquer pessoa com atenção minimamente plena. Como falo "nada que valha a pena vem sem dor!"
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