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Foto do escritorJorge Guerra Pires

O mercado da criatividade: a regulamentação da profissão de pesquisador pode criar um novo mercado





Talvez, Leonardo Da Vinci seja um dos maiores inventores do mundo, talvez, pelo menos para os padrões do seu tempo: um cientista, um pesquisador. Acho que Galileo não deixa dúvidas. E Santos-Dumont? Todos esses nomes têm em comum uma paixão pela ciência, mas uma paixão também pela criação, pela inovação, pela tecnologia: cientistas que não somente estudam/pesquisam, mas também “fazem”, criam “coisas estranhas”, mesmo sendo “cientistas de raiz”.





Talvez o tripé ‘ciência, tecnologia e inovação’ seja um dos mais importantes eixos da ciência. Contudo, sinto, como jovem pesquisador, e apaixonado pela inovação, que esse tripé está sendo ameaçado pelos moldes atuais da ciência, entre esses ameaçadores, seria o Publish or Perish (POP). No entanto, esse não é nosso foco deste artigo.


Neste artigo, vamos falar de como a regulação da ciência no Brasil não somente pode ajudar esse tripé, mas também ajudar os jovens pesquisadores brasileiros; isso também pode atacar o POP no Brasil, o Brasil é um dos líderes em publicações tradicionais, que claramente não se transforma em inovações e tecnologia. Atualmente, a ideia legislativa anda no senado; mais detalhes no site do e-senado ou no meu site jovempesquisador.com.


Em entrevista ao Roda Viva, a pesquisadora Suzana Herculano-Houzel comenta que somente em defender a profissão de pesquisador, benéfica ao jovem pesquisador, sofreu ameaças de demissão.



Antes de deixar o Brasil, grande perda para a ciência brasileira, ela lutou pela profissão de pesquisador, conseguido até audiências com políticos. Mas por motivos que não ficou claro para mim, deixou a causa. Acredito que deve ter achado “uma parede”; a quem realmente seria de interesse o status quo atual?


Acredito que precisamos pegar o bastão dela, e muitos outros antes e depois dela, e dar continuidade à luta. Em uma das suas palestras, ela destaca que pessoas ao formarem, digamos como engenheiro, já saem aptos a trabalhar, mas não os pesquisadores, mesmo tendo competências similares. Eu mesmo fiz Iniciação cientifica e estágio em empresa: tinha direitos como estagiário, mas não como aluno de IC; e posso te garantir que o trabalho é o mesmo, talvez como IC, trabalhava até mais.


No Brasil, a regulamentação das fintechs criou um novo mercado, o que deu origens aos bancos digitais e ao pix: não acredito que os “bancões” nunca teriam saindo da zona de conforto por vontade própria. Igualmente, não acredito que pesquisadores experientes vão lutar contra o status quo.





Eu vejo a regulamentação como uma forma de criar um mercado paralelo, que chamo de “mercado da criatividade”. Uma vez fui sondado por uma empresa, para trabalhar como pesquisador em bioinformática, ao olhar os tipos de MEI disponíveis no Brasil, o mais próximo seria consultor: consultor não é pesquisador! Para mim, e para a pesquisadora Suzana Herculano-Houzel, e talvez para muitos, essa matemática não fecha; a quem interessa não ter o pesquisador formalmente?


Eu vejo vários benefícios. Talvez o maior seja o mercado. O Brasil tem um dos maiores números de startups do mundo, a Nubank™ já ficou entre as melhores do mundo no setor financeiro. Pesquisadores poderiam servir essas startups, como exemplo, e ainda assim serem profissionais; eu dou aulas online, e existem muitos jovens que deixaram o mundo acadêmico, e trabalham para essas startups.


Contudo, acho que cautela sempre é bem-vinda. Não acho que deveríamos regulamentar usando o modelo tradicional de trabalho.

De um lado, a pesquisa é tão rica que não temos como dizer o que é um pesquisador. Perguntei a alguns bolsistas CAPES (Facebook) qual seria uma imagem para representar pesquisadores: não há consenso. Alguns veem livros, outros bastões de vidro, eu vejo um emaranho de linhas de códigos, estilo Matrix. Alguns preveem que o pesquisador estará entre as profissões do futuro, por isso não somente precisamos regulamentar, mas também fazer direito; respeitando não somente a diversidade de pesquisadores, mas a liquidez do mundo moderno.


Acredito ser muito importante a participação de todos, por isso criei no nosso site uma competição de redações.

O objetivo é ventilar as discussões, e criar consciência, em especial entre os jovens pesquisadores, da importância da carreira de pesquisador no Brasil, e a possível regulamentação. Com exceção de alguns “gatos pingados”, a ideia é bem recebida nos grupos de Facebook da CAPES, entre os jovens pesquisadores; na votação no e-senado, antes de ir para o senado, conseguiu-se 98% de aprovação, é necessário pelo menos 20.000 apoios para passar.


Contudo, precisamos ir além do “ativismo de Facebook”, precisamos produzir discussões que possam eventualmente serem usadas no senado, para caso isso vá para frente, vamos ter munição de boa qualidade para lutar pelos direitos do pesquisador em geral, independente da experiência e instituição, privada ou pública.


Mesmo que a ideia legislativa não seja aprovada, somente as discussões, trazer para a superfície todos os desafios de se fazer pesquisa no Brasil, de ser pesquisador, já seria um ganho a celebrar. Pesquisa não somente gera emprego (a taxa de desemprego de doutores no Brasil chega a ser o dobro da população), mas cria a possibilidade de pessoas se completarem como cidadãos, como parte da sociedade; e uma parte que fazem a diferença atualmente “nos porões”.




 




 

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